segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Enfim, alguém que faz algo de bom!!!

Visitem este blog: http://gatosencantados.blogspot.com/ e apóiem esta causa!!! Os Gatinhos do Parque Terra Encantada agradecem!!

Da série: 'Contando com o ovo na cloaca da galinha'!




Hoje, dia 17 de dezembro, lê-se no site da presidência, na seção 'café com o presidente', do dia 10/12/2007: "Presidente Lula diz estar convencido da aprovação da CPMF no senado". Bom, eu nem tiro o direito de pensar assim, porque, depois de tanto chute que o senado deu no saco do povo(mesmo nas mulheres que, tradicionalmente, não têm saco), até eu achava que iria continuar penando com a CPMF por mais uns 4 anos, isso para ser generosa... Mas não acredito no bom-mocismo do senado; primeiro, porque havia mais gente votando a favor do que contra; segundo, porque o governo já está acenando com outras possibilidades de extorsão contra o povo(possibilidades estas com que já deviam estar contando os srs. senadores que votaram contra, estavam, então, apenas fazendo média com a classe média, que é quem de fato pagava a CPMF[ou alguém acredita que as grandes fortunas não encontravam um meio de burlar, de ficar longe das instituições bancárias brasileiras? Já ouviram falar em laranjas, testas-de-ferro, doleiros? Quem acredita na eficiência da CPMF como meio de controlar o dinheiro alheio deve acreditar também em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, né?!]). Usei a palavra extorsão, uma palavra forte, porque no Brasil pagamos impostos para sustentar a ânsia consumista do governo. Onde já se viu primeira-dama(?) usar cartão de crédito corporativo para comprar na daslu e afiliadas? Ela que comprasse com o cartão dela, se é que tem, e pagasse com a mesada do marido. Ou que fosse fazer unha, afinal, ela não trabalhou muito como manicure quando era dura? Dizer que que a queda da CPMF foi um duro golpe no bolso do pobre é uma falácia. Pois, se 50% dela era destinada à Saúde, onde estava esse dinheiro quando as pessoas morriam na fila à espera de atendimento? O problema não está em pagar impostos, todos pagaríamos felizes, se tivéssemos retorno do pagamento. O problema é que pagamos e o dinheiro é mal gerido, acaba nos bolsos de poucos enquanto muitos morrem de fome ou de bala, perdida ou não! O governo não é o todo-poderoso, é tão somente um administrador das finanças públicas, o problema é que quando contratamos maus funcionários, acabamos quebrando. Não apenas o povo precisa melhorar seu alvo na hora de votar, como também o governo precisa escolher melhor quem o acessora. Chega de companheirismo na hora de indicar pessoas para os cargos; companheirismo é bom para a noitada, não para o trabalho. Na hora de preencher cargos, senhores políticos presidenciáveis, lembrem de que vocês, como políticos, passarão; nós, como povo, passarinho.
Ou, como disse Quintana:

Poeminha do Contra (Mário Quintana)
Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho

Cá entre nós, se o PT governa como atualiza o site da presidência.... tamu fu.

domingo, 9 de dezembro de 2007

APRENDENDO A VIVER

Dizem que é de Shakespeare, espero que seja, para não dar crédito à pessoa errada; mas estou publicando porque muita gente precisava meditar sobre o que o texto diz: estudar não me faz melhor do que ninguém, ainda mais se eu não dividir com os outros o que eu aprendi, e, sobretudo, se eu guardar mesquinhamente para mim, aquilo de novo que eu descobri com base no que me foi dito por outros, sejam professores, sejam textos.
Eu aprendi que humildade, amor aos outros e aos meus amigos nunca são demais e que o caminho da felicidade está intimamente ligado à capacidadade de sermos fiéis a nós mesmos; e, acreditem, isso não é fácil, o caminho que separa o amor-próprio do egocentrismo é tortuoso, difícil de reconhecer e, muitas vezes, tentando ser fiéis a nós mesmos, acabamos sendo egoístas, simplesmente.
De tudo que aprendi no caminho que percorri até agora é que tudo o que conquistamos de cunho material perde o sentido se não temos com quem dividir e não há diploma no mundo que seja mais gostoso do que um abraço de quem amamos, não há doutorado que substitua um bom beijo no pescoço. Há que se saber dividir o tempo entre ambos, amor e conhecimento, paixão e trabalho. Porque a vida só vale à pena em equilíbrio.

EU APRENDI

...... que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto;
...... que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e jamais conseguirei convencê-las;
...... que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

EU APRENDI

...... que posso usar meu charme por apenas 15 minutos; depois disso, preciso saber do que estou falando;
...... que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida;
...... que, por mais que você corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos de nosso caminho.

EU APRENDI

...... que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência;
...... que posso ir além dos limites que eu próprio me coloquei;
...... que eu preciso escolher entre controlar meu pensamento ou ser controlado por ele.

EU APRENDI

......que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem;
...... que perdoar exige muita prática;
...... que há muita gente que gosta de mim, mas que não consegue expressar isso.

EU APRENDI

...... que, nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar minha vida;
......que eu posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel;
...... que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis. Será uma tragédia para o mundo se eu conseguir convencê-la disso.

EU APRENDI

...... que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e eu tenho que me acostumar com isso;
......que não é o bastante ser perdoado pelos outros; eu preciso me perdoar primeiro;
...... que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

EU APRENDI

...... que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu fiz quando adulto;
...... que, numa briga, eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver;
...... que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem. E quando duas pessoas não discutem, não significa que elas se amem.

EU APRENDI

...... que minha existência pode mudar para sempre em poucas horas, por causa de gente que nunca vi antes;
..... que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

EU APRENDI

...... que a palavra ‘amor’ perde o seu sentido, quando usada sem critério;
...... que certas pessoas vão embora de qualquer maneira;
...... que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas que eu acredito.

Se aprendêssemos algumas coisas, tudo seria mais fácil...certas coisas realmente eu já aprendi...outras...ainda não, mas...estou tentando...o que vale é a intenção...

William Shakespeare

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Malinculia o qui é???




Malinculia
(Antonino Sales)

Malinculia, Patrão,
É um suspiro maguado
Qui nace no coração!
É o grito safucado
Duma sodade iscundida
Qui nos fala do passado
Sem se torna cunhicida!
É aquilo qui se sente
Sem se pude isprica!
Qui fala dentro da gente
Mas qui não diz onde istá!
Malinculia é tristeza
Misturada cum paxão,
Vibrando nas furtaleza
Das corda do coração!
Malinculia é qui nem
Um caminho bem diserto
Onde não passa ninguém...
Mas nem purisso, bem perto,
Uma voz misteriosa
Relata munto baxinho
Umas história sodosa,
Cheias de amô e carinho!
Seu moço, malinculia
É a luz isbranquiçada
Dos ano que se passo...
É ternura... é aligria...
É uma frô prefumada
Mudando sempre de co!
Às vez ela vem na prece
Qui a gente reza sozinho.
Otras vez ela aparece
No cantu dum passarinho,
Numa lembrança apagada,
No rumance dum amô,
Numa coisa já passada,
Num sonho que se afindô!
A ta da malinculia
Não tem casa onde mora...
Ela veve noite e dia
Os coração a rondá!
Não tem corpo, não tem arma,
Não é home nem muié...
E ninguém lhe bate Parma
Pru caso di sê quem é!
Ela se isconde num bejo
Qui foi dado há muntos ano...
Malinculia é desejo,
É cinza de disingano,
Malinculia é amô
Pulo tempo sipurtado,
Malincolia é a dô
Qui o home sofre calado
Quando lhe vem à lembrança
Passages da sua vida...
Juras de amô... isperança...
Na mucidade culhida!
É tudo que pode havê
Guardado num coração!
É uma histora que se lê
Sem forma de ispricação!
Pruquê inda vai nacê
O home, ou mermo a muié,
Capacitado a dize
Malinculia o qui é!!!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

HPIM0247


HPIM0247, upload feito originalmente pela Pati, mãe do Vitto, aquele velhusco chato.

Membro novo na Família, dona Isaura, Isaurinha para os íntimos...

domingo, 25 de novembro de 2007

Maus hábitos...


Só para constar: essa foto é fotomontagem! Na vida real, Vittorio é anti-tabagista, assim como suas mamis!
O FUMO MATA!!

sábado, 17 de novembro de 2007

Vale a visita

este blog traz cenas lendárias do cinema:

http://cenainesquecivel.blogspot.com/

Vale uma visita!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

100_0085


100_0085, upload feito originalmente por mim.

Ursos tocando clássicos natalinos em inglês num shopping, ou melhor, mall em... Floripa! Tudo a ver!!!

100_0086


100_0086, upload feito originalmente por mim.

Bears in trees!

Jingle bell, jingle bell, acabou o papeeellll


100_0081, upload feito originalmente por mim.

Algumas reflexões sobre o imaginário de Natal!

Tudo bem, não há limites para a imaginação, mas:

1) Ursos pardos no Brasil?
2)Ursos pardos patinando?
3)Ursos pardos patinando no gelo?

Eu sempre pensei que eles hibernassem no inverno, mas, pelo visto, eu estava errada!

4) Ursos pardos patinando no gelo no Brasil?

Desde quando é inverno no Natal brasileiro? Se não é inverno, como é que o gelo não derrete?

Que o Natal tornou-se há muito uma festa comercial, onde quase ninguém lembra do coitado do menino Jesus, que morreu na cruz para nos salvar, não é novidade, mas por que temos de ser colonizados até nos enfeites natalinos? Por que não usar animais brasileiros para compor a banda do Papai Noel? É mais estranho ver uma onça ao piano do que um urso? Uma preguiça é menos afinada do que um urso?

Aliás, em inglês, Papai Noel se chama Santa Claus. Mas, peraí, os americanos não são em maioria protestantes? Como é que esperam presentes de um Santo?

Enfim, por que não procuramos, cada um, nossa própria maneira de celebrar o nascimento de Cristo? Ou será que uma árvore enfeitada com presentes caros é mais importante do que o Amor, a Paz e a própria vinda de Jesus? Ou será que Amor se mede pelo dinheiro que se gasta com presentes?

Feliz Natal hohoho!!!

O mundo está perdido!

Num dia, um homem é condenado a ficar com o nome no cadastro de criminosos sexuais(que inclui estupradores e pedófilos) por ter feito sexo com uma bicicleta; no outro, uma mulher, estuprada 14 vezes por membros de uma gangue, é condenada a 200 chibatadas por ter desrespeitado a lei de segregação sexual!

Que mundo é esse? Que justiças são essas?

E a última: Taxista suspeito de estupro dá telefone à vítima!

Pergunta que não quer calar: O que ele esperava?

1) Que ela o chamasse para uma corrida?
2) Que ela marcasse um segundo 'encontro'?

domingo, 11 de novembro de 2007

000_1226


000_1226, upload feito originalmente por mim mesma.

Pensando: por que a vida não é como um balanço?

Ou: por que os balanços não vêm acompanhados de um empurrador?

domingo, 4 de novembro de 2007

DÚVIDA CRUEL DA NOITE

Alguém entende esses marcadores que saem como bem entendem, gerando os efeitos mais assustadores?

Hoje, dia 10/11, finalmente entendi: é ordem alfabética! Mas isso gera cada coisa!!!!

E essa hora de publicação? Que fuso horário é esse? Agora são 22:09, pelo horário de verão, em Santa Catarina, 21:09 pelo horário normal.

REFLEXÃO PROFUNDA DO DIA


O chocolate e a mulher.


Há meses, alguém inventou uma tal escova progressiva de chocolate. Depois disso é incontável o número de shampoos de chocolate, o boom do chocolate no cabelo é impressionante, a tal ponto de ser mais fácil achar chocolate para passar no cabelo do que para comer.


Será que se eu comer uma barra de chocolate por dia o meu cabelo fica mais liso?

domingo, 28 de outubro de 2007

SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ!!! (TOM JOBIM)


É só eu sei quanto amor
Eu guardei sem saber
Que era só com você
É só tinha de ser com você
Havia de ser pra você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquele que a gente não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu..
É você que é feito de azul
Me deixa morar nesse azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim
É você que é feito de azul
Me deixa morar nesse azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim

sábado, 27 de outubro de 2007

NAMORADO


Ter ou não ter namorado, eis a questão


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos.
Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio. Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.


Esse texto já foi atribuído a Drummond(até mesmo num livro didático de Língua Portuguesa, o texto é atribuído ao poeta, o que me fez atribuí-lo a Drummond outro dia), mas, na verdade é de Artur da Távola, foi publicado em 'Amor a sim mesmo', e parece que é de 1984.

domingo, 7 de outubro de 2007





Ah, coração leviano, não sabe o que fez do meu!

Ah, coração, teu engano foi esperar por um bem de um coração que nunca será de ninguém!!

(versos da canção 'coração leviano', cantada por Clara Nunes e Paulinho da Viola)

sábado, 6 de outubro de 2007

Brigando com galos

Brigas de galos e de homens...

Apesar da minha rotina dever, obrigatoriamente, ser dividida em horas de estudo para que eu tenha sucesso nos meus objetivos, tenho encontrado tempo para ler o blog de um colunista d' O globo ( http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/nelson ). É uma leitura descontraída que me ajuda a dissipar um pouco o cansaço provocado pelo excesso de semântica e sintaxe gerativa. Outro dia, no entanto, surgiu um tópico que me fez pensar muito durante a semana acerca da maldade intrínseca ao Homem. Obviamente, não era uma maldade no colunista, que pelo que depreendi até agora, é um homem muito doce, mas no texto que lhe fora enviado e que ele publicou quase como um direito de resposta, pois se referia a uma postagem anterior, publicado em julho. O texto enviado agora, meses depois da discussão a que aludia, defendia a rinha de galos como uma prática cultural do povo brasileiro e que, portanto, deveria ser preservada. A mensagem anterior, pelo que deduzi, apesar de não tê-la lido, pronunciava-se contra tal maldade.Freud dizia que vivemos em busca do princípio do prazer, ou seja, na minha compreensão, inocente ou superficial que seja, vivemos para buscar o prazer, não necessariamente, ou exclusivamente, o sexual, mas de todo prazer que podemos conseguir, como a lembrança da satisfação ao mamar o leite materno. Uma amiga me disse que uma das maiores emoções da sua vida foi ver seu filhinho buscando o seio, como um animalzinho faminto, e mamando até dormir satisfeito. É isso que buscamos, acredito. O prazer que sentimos ao comer algo gostoso. Lembro do suspiro de prazer que dei uma vez, quando saí com um amigo, ao morder o primeiro pedaço de um pastelão de alho poró delicioso, na Livraria da Travessa ou a Letras e expressões (era uma dessas duas, na rua Visconde de Pirajá), em Ipanema. Do arrepio delicioso ao ganhar um beijo na nuca de um namorado por quem eu era muito apaixonada. Da sensação de superação ao assinar a ata da defesa do meu mestrado. Da alegria de pegar o Vittorio pela primeira vez no colo, quando ele era do tamanho de um ratinho. Se nos guiamos pela busca desses pequenos prazeres, como alguém pode se divertir com o sofrimento de dois animais? Como isso pode ser chamado de esporte, tradição cultural, lazer?

Michaelis define esporte como "s. m. Conjunto de exercícios físicos praticados metodicamente, em equipes ou individualmente;(...)";

Tradição como "s. f. 1. Ato de transmitir ou entregar. 2. Transmissão oral de lendas, fatos, doutrinas, costumes, hábitos etc., durante um longo espaço de tempo. 3. Tudo o que se sabe por uma transmissão de geração em geração.(...)";

Cultura (pois cultural é apenas relativo à cultura) como "5. Aplicação do espírito a uma coisa; estudo. 6. Adiantamento, civilização. 7. Apuro, esmero, elegância."e Lazer " s. m. Tempo livre, vagar, ócio.".

Nada disso se refere à violência. Entendo, embora não aceite, que no passado, a violência fosse encarada como uma forma de diversão. Mas, hoje em dia, o que a justifica? Não nos orgulhamos de haver evoluído?Vários homens considerados sábios hoje, foram contra a violência contra os animais:

Leonardo da Vinci: "Tempo virá em que os homens verão o assassinato de animais como eles vêem, hoje, o assassinato de homens"

Abraham Lincoln: "Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais."

Albert Einstein: "Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará as hipóteses de sobrevivência da vida na Terra quanto a evolução para uma dieta vegetariana. A ordem de vida vegetariana, pelos seus efeitos físicos, influenciará o temperamento dos homens de uma tal maneira que melhorará em muito o destino da humanidade."

Albert Schweitzer: "O erro da ética até o momento tem sido a crença de que só se deve aplicá-la em relação ao Homem." "Quando o Homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará de ensiná-lo a amar os seus semelhantes."

Alice Walker: "Os animais do mundo existem para os seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens."

Todas essas pessoas estão erradas e apenas aquele senhorzinho e seus asseclas certos? Não acredito! O que a violência mostra é que não evoluímos quase nada do século XX para cá, a despeito do enorme salto das Ciências. Algumas pessoas dão, em geral, pouca atenção à violência cometida contra animais. Não estou dizendo que não se choquem diante do que acontece, mas não consideram crimes contra animais como algo tão importante quanto um crime acontecido a um ser humano. O que essas pessoas, na sua ingenuidade, não percebem é que a violência contra animais é a escola que prepara os psicopatas. Não tenho vasto conhecimento sobre estudos da mente de assassinos em série, mas não me surpreenderia se fosse relatado que essas pessoas, na infância e adolescência, cometeram violência contra animais. É porque o sadismo nasce aos poucos, ou como resposta a uma violência sofrida na infância, ou como um desvio da personalidade. Então, não devemos nos surpreender que alguém assim comecem aos poucos, uma barata morta com requintes de crueldade aqui, um gatinho queimado ali; depois, já adolescente ou jovem adulto, costuma comprar um cachorro pitt bull com o objetivo de transformá-lo na arma que não pôde comprar. E assim vai o ciclo da violência até explodir no assassinato de um mendigo. O conceito não muda, apenas o objeto. Quem mata um animal, o mata porque acredita na impunidade, afinal, a sociedade não o porá atrás das grades por matar um gato, um cão ou um galo, mas o porá se matar um pai de família. Quando o gato, o cão e o galo não lhe bastam mais, procura um animal diferente; um animal que, na aparência, se assemelha a um ser humano, mas que para tais pessoas não é gente, não é um cidadão. É apenas um mendigo! É por isso que devemos temer e punir aqueles que maltratam os animais, embora não os devamos punir apenas por medo do que eles poderão nos fazer no futuro, mas pelo que já fizeram no presente e no passado, pois, não importa que animal seja (bípede ou quadrúpede), é de uma vida que estamos falando, algo precioso que merece ser respeitado!

Anna Sewell: "A minha doutrina é esta: se nós vemos coisas erradas ou crueldades, as quais temos o poder de evitar e nada fazemos, nós somos coniventes."

Arthur Schopenhauer: "O pressuposto de que os animais não têm direitos e a ilusão de que o nosso tratamento para com eles não está sujeito a qualquer moral é com certeza um escandaloso exemplo de Ocidental brutalidade e barbaridade. Compaixão Universal é a única garantia de moralidade."

Brigid Brophy: "Aquele que mata por prazer está a anunciar que, e pode fazê-lo impunemente, o poderia matar a si por prazer também. A sua vida pode não ser importante para ninguém, mas é inestimável para si porque é a única que tem. Exatamente o mesmo é verdade para cada veado, lebre, coelho, raposa, peixe, faisão e borboleta. O ser humano deve desfrutar a sua própria vida e não tirar a dos outros."

São sábias palavras, que não devemos esquecer, pois o futuro da Humanidade não pode ser manchado pela crueldade de grupos insanos!

sábado, 29 de setembro de 2007

Como você se vê?


Eu posso ser assim,

assim,

ou assim, desde que eu reconheça em mim a primeira pessoa a quem devo amar, pois, como disse Machado de Assis: Cada qual sabe amar a seu modo, o modo pouco importa, o essencial é que saiba amar.

Outro dia a sorte do orkut dizia que o amor-próprio era nosso primeiro e último amor. Concordo. Por mais que acreditemos que alguém nos ama, de nada vale esse amor se nós mesmos não nos amarmos. É preciso coragem para se assumir com todos os defeitos e qualidades inerentes ao ser humano, mas se essa assunção não acontece, todo o resto fica danificado, porque todas as atitudes visarão à eliminação dos defeitos e a valorização das qualidades. Mas o que são defeitos e o que são qualidades? Por que nos é tão fácil fazer uma lista de defeitos e se alguém nos pergunta a respeito das qualidades apelamos sempre para aquelas básicas pelo simples fato de que não conseguimos verbalizar o que temos de bom? Por que sempre relacionamos nossos defeitos a características físicas e nossas qualidades a características intelctuais? Os filmes e revistas sempre mostram mulheres que ou são belas, ou são inteligentes. É sempre o ou, nunca o e. Pesquisas já relacionaram fracassos amorosos a sucesso profissional e/ou intelectual, como se uma maldição rondasse aqueles que são bem-sucedidos. Ontem mesmo, assisti a um filme belíssimo, O espelho tem duas faces, onde dois professores universitários vivem um estranho conto de fadas. Enquanto a mulher buscava o romance, o homem fugia do sexo. E romance sem sexo, depois de um tempo deixa de ser romance. Ele fugia, porque acreditava que o fracasso de seus relacionamentos se devia à má influência do sexo, mas, na verdade, o insucesso se dava porque ele não sabia escolher as pessoas com quem se relacionava. Ela, ao invés, não encontrava o amor, o romance, porque não tinha confiança em si mesma, achava-se feia e desse modo os outros a viam, pois era assim que ela se mostrava. A beleza em si, pouco importa, mas o modo como nos mostramos ao mundo, como permitimos que nossos amigos e candidatos a amor nos vejam, essa visão é decisiva, é a diferença entre ter amigos e ter amores. O ideal é ter os dois, pois a amizade é um dos melhores tipo de amor que temos na vida, na verdade, sabendo escolher o amigo e manter vivo o relacionamento, a amizade é mais duradoura do que o amor romântico, mas ela não o substitui. Há coisas que um amigo não pode fazer, por melhor que ele seja.

Enquanto Alex, a professora, anulou seus desejos em prol dos desejos de Greg, o professor, a única coisa que ela encontrou foi a frustração: não dá para ser feliz com alguém, sem ser absolutamente honesto consigo mesmo! Não importa o quanto você seja honesto com o outro, é com a sua consciência e com os seus desejos que você realmente dorme. Sem honestidade, o outro a seu lado é apenas um enfeite sem utilidade que, no máximo, dará uma satisfação à sociedade. Alex viveu uma mentira por meses, ela sabia que ele não a conhecia de verdade, ela sabia que ele não vira o fim da aula e, portanto, perdera o momento em que ela realmente assumira perante os alunos, que viver um amor, com tudo o que isso significa, é 'fucking great!'. Mas, apesar de ter consciência da mentira, ela aceitou e se escondeu ainda mais dentro de si mesma, recebendo muito menos do que desejava e merecia.

A questão que eu levanto é: dá para amar num mundo como o nosso? Um mundo onde a verdade tem cada vez menos espaço, onde a futilidade impera, onde é crime de lesa majestade ter celulite? Dá, sim, desde que você não se deixe vitimar, desde que você se assuma como é, com celulites e tudo, e não aceite nada menos do que você merece. Desse modo é muito possível ser feliz. E ser feliz é realmente 'fucking great'!!!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Grande Inauguração de uma Oficina de idéias: a minha!


Olá, meus leitores!

Não sei ainda quem vocês são, mas suspeito que alguns de vocês são meus velhos(modo de dizer, claro) amigos, pessoas interessantes, divertidas, batalhadoras, que me acompanham há algum tempo, alguns, há muito tempo, outros, encontrei pelos (des)caminhos.
Creio ser agora um bom momento para me apresentar aos novos. Sou uma mulher de 36 anos, batalho há algum tempo pelo meu doutorado, esse menino que insiste em me escapar das mãos por entre meus dedos. Sonho com o dia em que tirarei o primeiro lugar num concurso para professor de ensino superior, mas enquanto esse dia não chega, procuro ocupar-me.
Já fui um tanto workaholic (se é que dá para ser um tanto disso, e não logo um montão), mas o tempo me mostrou que o pior esquecimento é o de si mesmo e nada na vida compensa isso. O tempo não pára para esperar as suas vitórias e só então voltar a correr... Ele vai em frente e, se você não se cuida, um belo dia descobre que envelheceu sem viver. O negócio, então, é batalhar pelo futuro vivendo o presente. É viver mesmo como se não houvesse amanhã! Até porque, se você viver bem o presente, quando o futuro chegar, encontrará uma pessoa feliz, pronta para recebê-lo.
É assim que eu venho tentando viver! A seguir, uma brincadeira minha com os versos mais famosos de Dante Alighieri(ele que me perdoe, mas toda brincadeira vale à pena):

PER ME SI VA NE LA CITTÀ RIDENTE
PER ME SI VA NE L'ETERNA GAIEZZA
PER ME SI VA TRA LA RINVENUTA GENTE
LETIZIA MOSSE LA MIA ALTA TENEREZZA

FECEMI LA DIVINA DELIZIA
DINANZI A ME FURON COSE SENTITE
IL PRIMO AFFETTO E LA SOMMA AMICIZIA
SE NON ETERNI, ALMENO BELLI

NESSUN MAGGIOR GODIMENTO
CHE RICORDARE IL TEMPO FELICE
MENTRE SIAMO CON CHI AMIAMO

RITROVATE OGNI SPERANZA,
VOI CHE QUI ENTRATE
PERCHÉ QUI C'È IL MIO CUORE!

Até mais!